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terça-feira, 4 de junho de 2019

Superpopulação de algas ameaça praia paradisíaca no Caribe mexicano




Às margens da praia mexicana de Tulum, a 200 metros de uma pirâmide que os maias ergueram bem onde as ondas quebram, uma lancha jaz sobre um espesso e mal cheiroso manto de sargaço, cuja cor parda cobre suas areias brancas. Há pouca atividade nesta e em outras praias da mundialmente famosa Riviera Maia, onde poucos turistas pegam sol por causa desta alga, cuja proliferação é favorecida pela ação humana e que desprende um cheiro desagradável, além de afetar gravemente o ecossistema e o turismo. "Não tinha ideia de que estivesse tão ruim!", diz Chase Gladden, executivo de 28 anos de San Francisco, Estados Unidos, junto ao tapete de algas de quase 10 metros de largura. O aumento da chegada de sargaço, nativo do Atlântico, ameaça danificar irreversivelmente este ecossistema do sudeste do México. Livia Vendramini, de 26 anos, procedente de São Paulo, está decepcionada. "Viemos aqui para ver um mar azul, cristalino. E ver este mar como se fosse o de um porto é muito triste", diz. Acompanhada de duas amigas, ela se viu obrigada a sair de seu hotel em Playa del Carmen, onde diz que o sargaço não perdoou nenhuma praia, e viajar 65 km até Tulum. "Temos que sair da cidade, vir até aqui, pegar um bote para ir a outro lugar para poder ver o que queríamos", se queixa Vendramini. Evidências científicas apontam que o sargaço chega arrastado por ventos e correntes a partir de um novo mar dessa alga - o antigo se localiza em frente aos Estados Unidos -, detectado em 2011 na zona equatorial do Atlântico, entre a América do Sul e a África. Lá, a desembocadura de grandes rios carregados de nutrientes - resíduos da atividade humana -, a desertificação e o aquecimento global propiciam sua proliferação. "Tem mais nutrientes que o mar de sargaço original, além disso há os problemas de desmatamento na África e na América do Sul", explica Brigitta Van Tussenbroek, pesquisadora da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).

quarta-feira, 15 de março de 2017

Proliferação de algas forma manchas verdes gigantes no Mar Arábico


O golfo de Omã se torna verde duas vezes por ano, quando uma proliferação de algas do tamanho do México se espalha pelo Mar Arábico até a Índia. Cientistas que estudam a alga dizem que os organismos microscópicos estão prosperando nas novas condições provocadas pela mudança climática e deslocando o zooplâncton que faz parte da cadeia alimentar da região, ameaçando todo o ecossistema marinho. Há 30 anos, as criaturas microscópicas sob a superfície do Golfo de Omã eram invisíveis. Agora, elas formam manchas gigantes que podem até ser vistas de satélites. Proliferações de algas como essas já destruíram ecossistemas em vários locais do mundo. A alga pode paralisar peixes, entupir suas brânquias e absorver oxigênio de modo a sufocá-los. Baleias, tartarugas, golfinhos e peixes-boi já morreram por causa das toxinas das algas no Atlântico e Pacífico. Essas toxinas se infiltraram na cadeia alimentar marinha e, em casos raros, provocaram até a morte de humanos. Ao longo dos últimos 15 anos, os pesquisadores Joaquim Goes, Khalid al-Hashmi e Helga do Rosario Gomes têm monitorado a proliferação desse tipo de alga no Mar Arábico usando barcos, satélites e sensores remotos. Goes afirma que as algas causaram um "curto-circuito" da cadeia alimentar, ameaçando outras formas de vida marítima. "Normalmente essas coisas acontecem lentamente, geralmente em centenas de anos. Aqui, está acontecendo do dia para a noite", diz. O excesso de algas representa uma ameaça para Omã, já que o problema pode afetar a pesca e o transporte marítimo.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Algas 'guacamole' obrigam Flórida a declarar estado de emergência


O paraíso com sol e praia que os moradores e turistas da costa leste da Flórida (EUA) normalmente aproveitam no verão foi invadido por uma massa verde viscosa e com um cheiro horrível. A proliferação de algas tóxicas, que por seu aspecto foram batizadas de "guacamole", está prejudicando a economia local. O governador Rick Scott declarou estado de emergência para quatro condados que dependem fortemente do turismo. Estas algas, além disso, têm o potencial de destruir os ecossistemas da região, como explica o pesquisador Henry Briceño, da Universidade Internacional da Flórida. "É um espetáculo dantesco. As águas nos canais e rios têm um tapete verde, um limo cinzento e um cheiro de amônia", descreve Briceño à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. As algas "guacamole" afetam desde o estuário do rio St. Lucie - onde há hotéis, residências privadas e clubes de iates - à lagoa Indian River, que abarca as localidades de Stuart, Port St. Lucie e Fort Pierce, e a parte das famosas praias de Palm Beach. Outros quatro condados foram obrigados a fechar praias e viram uma enorme queda na chegada de turistas nos últimos dias. "Isso destruiu nossa economia local e nosso modo de vida. Nossos cidadãos estão demandando ação rápida", disse a representante local Sarah Heard, do condado de Martin. E como chegou-se a esta situação? A "guacamole" é um tipo promitivo de alga, uma cianobactéria, microoganismo fotossintético de aspecto verde-azulado e viscoso, que se multiplicou nestes quatros condados, principalmente na água doce, mas, em menor medida, na água salgada. Em qualquer corpo de água do mundo existem algas, mas a reprodução deste microorganismo neste caso foi fora do comum. Isso se deve ao fato de que uma represa no lago Okeechobee, a oeste de West Palm Beach, estava liberando, até 1º de julho, cerca de 85 metros cúbicos de água por segundo, informou o Corpo de Engenheiros do Exército americano. "Essas águas têm altos conteúdos de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, e isso faz disparar a floração das algas", explica Henry Briceño.