terça-feira, 3 de março de 2009

Peixe Transparente - Macropinna Mircostoma


Com uma cabeça semelhante à cabine de um avião de combate, esse peixe do Pacífico possui olhos similares a barris, com lentes orbitais verdes no topo.
O peixe, descoberto vivo nas águas profundas da Califórnia pelo MBARI (Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey), é o primeiro espécime do tipo a ser descoberto com seu domo transparente e macio intacto.
O peixe de 15 centímetros da espécie Macropinna mircostoma é conhecido desde 1939 - mas apenas através de espécimes mutilados por redes de pesca que vinham à superfície.
Os dois orifícios pequenos e esféricos na frente do peixe não são olhos, mas órgãos olfativos. Os olhos tubulares e acinzentados ficam abaixo dos domos verdes, que filtram luz. Nesta imagem, os olhos estão direcionados para cima - de modo a enxergar suas presas nas profundezas de seu lar nas águas profundas do Pacífico.
Como seus olhos são tubos levantados, "parecia que eles só enxergavam para cima", disse o técnico marinho do MBARI Kim Reisenbichler. Mas ao observar os peixes vivos de um veículo de operação remota e ao trazer um espécime ao aquário para estudos, os cientistas descobriram que os olhos podiam girar, como um observador de pássaros apontando seus binóculos.
Esses peixes de cabeça transparente podem roubar peixes de sifonóforos - criaturas gelatinosas que podem chegar a 10 metros, segundo os pesquisadores que divulgaram as novas descobertas e imagens do estranho peixe.
Suas barbatanas achatadas e horizontais lhe permitem nadar de forma precisa entre os tentáculos aferroados dos sifonóforos - e, em caso de erro, seu escudo claro protege seus olhos como um capacete, de acordo com cientistas do MBARI.
O M. mircostoma vive mais de 600 metros abaixo da superfície oceânica, onde a água é quase preta.
O peixe de olhos de barril passa boa parte de seu tempo sem se mover, olhando para cima, descobriram os cientistas do instituto enquanto observavam o espécime de um veículo operado remotamente.
As lentes verdes no topo de cada olho filtram a pouca luz solar que consegue chegar da superfície, permitindo ao peixe se concentrar na bioluminescência de criaturas gelatinosas pequenas ou de outras presas que passam acima dele.
É quando os olhos giram para frente acompanhando a presa, permitindo que o peixe mire em sua refeição.
Tradução: Amy Traduções (Fonte: National Geographic - Por Richard Lovett / http://noticias.terra.com.br/ciencia)