sábado, 30 de abril de 2016

As tartarugas do deserto que obrigaram a Marinha dos EUA a mudar seus planos



Conseguir obrigar o corpo de infantaria da Marinha dos Estados Unidos a sair em retirada não está ao alcance de muitos. Fazê-lo sem qualquer confronto militar é no mínimo surpreendente. E que os responsáveis por esta mudança de planos sejam tartarugas do deserto que levam dias para cobrir apenas 1,5 km de distância é impressionante...e possível. A infantaria da Marinha dos EUA usa terrenos onde há condições semelhantes a situações de guerra para treinamentos. O deserto é um deles. É o caso da base que a Marinha tem em Twentynine Palm, um povoado do condado de San Bernardino, no deserto de Mojave, na Califórnia. A ideia era ampliar a base para organizar uma missão especial de formação e treinamento com tanques e armas pesadas durante todo o mês de agosto. No entanto, a presença na área de mais de 1.000 tartarugas do deserto fez o Exército reconsiderar os planos. No início de março, foi anunciado um projeto de US$ 50 milhões para transportar por ar cada uma dessas tartarugas a uma reserva federal na localidade vizinha de Barstow. Mas o medo de prejudicar os animais fez o projeto ser suspenso, pelo menos até que uma alternativa seja encontrada. Também contribuiu para o cancelamento do projeto o pedido do Centro de Diversidade Biológica, que mostrou preocupação com o impacto que a transferência poderia ter sobre esses animais já vulneráveis. Tartarugas do deserto adultas podem pesar quase 7 kg e medem cerca de 25 centímetros de comprimento, embora alguns possam passar dos 35 centímetros. Eles passam a maior parte de sua vida escondido em buracos, dos quais saem para comer e se reproduzir. "Nas últimas três décadas, perdemos até 90% da população de tartarugas do deserto", disse à BBC Mundo Debra Hughson, chefe do escritório de Ciência e Recursos da Reserva Nacional de Mojave. Hughson explica que a espécie está ameaçada por uma combinação de fatores, dos quais cita: - A superpopulação de corvos - Atropelamentos por carros - A presença de predadores, como coiotes, raposas e até cães abandonados - Doenças respiratórias - Plantas invasoras que produzem problemas nutricionais - Operações militares

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Peixe-boi é encontrado morto em praia de São Miguel dos Milagres


Um peixe-boi macho foi encontrado morto, nesta terça-feira (26), na praia de São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte de Alagoas. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o animal encalhado, identificado como Atol, pertencia ao santuário de peixes-boi de Porto de Pedras. Um funcionário do ICMBio, que preferiu não se identificar, afirmou que o mamífero tinha uma perfuração no corpo, mas que, apesar disso, não foi confirmada que a ferida tenha causado a morte do animal. O mamífero pesava cerca de 350 quilos, tinha 2,72 metros e nove anos de idade, segundo o ICMBio ele foi encaminhado ao Centro de Mamíferos Marinhos de Itamaracá, em Pernambuco, para saber qual foi a causa da sua morte. O animal foi transportado na carroceria de um carro particular do instituto.

Tubarão que brilha no escuro pode usar luz para se comunicar, diz estudo



Uma pesquisa, liderada pelos cientistas do Museu Americano de História Natural, mostra que tubarões da família Scyliorhinidae emitem e são capazes de enxergar luz fluorescente emitida por seus corpos. É possível que eles usem essa capacidade para se comunicar com membros da mesma espécie em águas profundas. A experiência, publicada na revista "Scientific Reports", usou câmeras especiais que imitam os olhos do tubarão para registrar o fenômeno, que não pode ser visto pelos olhos humanos O estudo focou na habilidade visual desses animais, mostrando que os seus olhos eram capazes de absorver a luz emitida pelos corpos dos outros. Usando uma técnica chamada microespectrofotometria, os pesquisadores conseguiram identificar uma variedade de pigmentos que permite que enxerguem em ambiente de pouca luz. “Os olhos dos tubarões podem ser cem vezes mais eficientes que os nossos em condições de pouca luz. Eles nadam em áreas que são incrivelmente difíceis para o ser humano conseguir ver algo. Mas é onde eles têm vivido por mais de 400 milhões de anos, então eles se adaptaram a essa condição de luz”, contou David Gruber, autor do estudo e pesquisador do Museu Americano de História Natural. Com essas informações, foi possível construir uma câmera especial que simula como os tubarões enxergam embaixo d’água. As imagens captadas mostraram contrastes nos padrões de fluorescência. A luz emitida era mais forte quanto maior a profundidade dos animais, sugerindo que eles não só podem enxergar a luz como conseguem usá-la para se comunicar com outros.

domingo, 24 de abril de 2016

Estudantes de biologia encontram animais em extinção em São José



Dois estudantes de ciências biológicas estão fazendo um levantamento das espécies de animais encontrados no Parque Natural Municipal Augusto Ruschi (PNMAR) em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O objetivo da pesquisa dos alunos é ter um conhecimento maior sobre os anfíbios e répteis que existem no parque, aumentando a proteção de algumas espécies em extinção que vivem na área de proteção ambiental. O levantamento vem sendo feito desde maio de 2015 com encerramento no fim de 2016, e já foram registradas 31 espécies de anfíbios e outras 16 de répteis, no qual algumas espécies se encontram em risco de extinção, como é o caso do cágado da serra, sapinho Pingo de Ouro, gavião pega macaco, onça parda e jaguatirica, como são popularmente conhecidos. “Quando o parque se chamava Horto Florestal e passou a ser Augusto Ruschi, se tornou uma área de proteção ambiental. Por isso, foi realizado um plano de manejo rápido, para se adaptar o parque às mudanças, e agora o plano que estamos realizando é a longo prazo, e por isso poderemos detalhar com precisão todos os tipos de espécies que lá existem”, afirmou o estudante de ciências biológicas Matheus Moroti. A ideia de realizar as pesquisas surgiu durante as aulas da faculdade, quando os dois estudantes perceberam que o parque era uma extensa área ambiental, que não é conhecida por muitas pessoas e precisava ser mais bem explorada. As pesquisas serão usadas como trabaho para conclusão da faculdade e futuramente entregues ao parque. “Conseguimos o apoio de ONGs e instituições e fomos desenvolvendo a nossa pesquisa. Durante o trabalho fomos encontrando diversas espécies, que não são tão fáceis de encontrar em qualquer ambiente de mata, como é o caso do papo-branco, a onça parda, o quati, entre tantos outros, que sofrem um pouco de pressão pela natureza”, disse o estudante. Os novos estudos possibilitarão o parque a abrir totalmente as portas para os visitantes, com construção de dormitórios para os cientistas e pesquisadores, além de sanitários e todas as adaptações necessárias para o público. “Esse novo levantamento fará uma contagem total de toda fauna do parque, e a intenção é fazer em um período de até dois anos, adaptações para que todas as pessoas possam vir até a área sem agredir o meio ambiente e sua estrutura, coisa que antes não era possível” explicou Jeferson Rocha, o gestor da unidade de conservação. O PNMAR é a primeira unidade de conservação ambiental de São José e abrange uma área de dois milhões de metros quadrados de mata atlântica preservada. Ele é localizado na Santa Cruz da Boa Vista, na zona norte da cidade. O agendamento para ida ao parque pode ser agendada pelo telefone 12 3909-4512, e outras informações estão no site da prefeitura.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mecanismo de defesa dos corais pode desaparecer com aquecimento do mar



Alguns corais da Grande Barreira de Corais são conhecidos por sua resistência ao aumento da temperatura, mas um estudo divulgado nesta quinta-feira (14) alerta que este mecanismo de proteção pode desaparecer em breve. Se as temperaturas da superfície do oceano subirem cerca de 0,5 grau Celsius, o fenômeno de branqueamento de corais no famoso recife australiano poderia se espalhar de forma dramática, adverte o estudo, publicado na revista Science. Esse processo tem a ver com uma resposta natural ao estresse que os corais sofrem como resultado do aquecimento das águas e que os cientistas analisam a partir do estudo, durante 27 anos, dos registros de satélite da Grande Barreira de Corais. "Quando os corais se veem expostos a um período de pré-estresse nas semanas que antecedem ao aumento das temperaturas, formam uma barreira e os corais se preparam" para este fenômeno, explica o principal autor do estudo, Tracy Ainsworth, do Center of Excellence for Coral Reef Studies da universidade de James Cook. "Os corais expostos a esse padrão tem menos estresse e são mais tolerantes ao branqueamento", indica o texto. Mas, se em uma determinada região as temperaturas da superfície do mar aumentarem mais de dois graus Celsius acima da média mensal das últimas três décadas, este mecanismo de proteção poderá ser perdido e os danos aos corais seriam mais severos. A maioria dos corais protegidos "começará a experimentar o fenômeno de branqueamento de maneira repetitiva quando a temperatura da superfície do mar se situar cerca de 0,5 graus Celsius acima da atual, o que deve ocorre num intervalo de quatro décadas", informa o estudo. Atualmente, cerca de três quartos dos corais da Grande Barreira beneficiam deste mecanismo de proteção. Mas, se a temperatura da superfície do mar aumentar, apenas 22% se verá protegida. "Nos verões futuros, os eventos de branqueamento vão ocorrer com mais frequência e o risco de mortalidade do coral será maior", afirma Scott Heron, do Observatório da Barreira de Corais da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), e co-autor o estudo. O branqueamento ocorre quando condições ambientais anormais, tais como temperaturas mais quentes do mar, levam os corais a expelir pequenas algas fotossintéticas, que perdem a sua cor.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Pinguins famintos saem à caça do escasso krill antártico


Assim como as focas e baleias, também comem krill, um crustáceo de 3 cm parecido com um camarão que está na base da cadeia alimentar do oceano austral. Mas os observadores dos pinguins asseguram que o krill é cada vez mais escasso na península antártica, ameaçado pelas mudanças climáticas e a pesca excessiva. "O krill é a planta de energia da Antártica. É uma espécie chave para todos", diz Ron Naveen, líder do grupo de pesquisa antártica Oceanites, enquanto um grupo de pinguins grasnam nas rochas atrás dele. A península antártica ocidental aqueceu três graus Celsius no último meio século, segundo grupos ambientalistas como o World Wildlife Fund (WWF). "Podemos ver os efeitos, como o movimento das geleiras. Podemos ver mudanças nos padrões do gelo. Há algumas mudanças que pensamos ser consequências da mudança climática, que têm a ver com uma mudança nas populações de pinguins", diz Steven Chown, biólogo da Universidade Monash da Austrália. "O aumento das temperaturas, o aumento da acidez dos oceanos e, em certa medida, ainda que não esteja muito claro, também a indústria da pesca que procura pelo krill, exercem pressão sobre as populações de predadores que se alimentam basicamente de krill."